Author Archive for brunomaia

Uma no cravo e outra na ferradura…

Esta sexta-feira, a Assembleia da República discutiu um projecto apresentado pelo Bloco de Esquerda que visava fazer uma recomendação a todos os sítios de recolha de dádivas de sangue a não recusar potenciais dadores com base na sua orientação sexual. Segundo alguns deputados do Partido Socialista, a discriminação na doação de sangue para homossexuais masculinos não existe. Isto apesar das inúmeras queixas oficiais que têm sido feitas por homossexuais nas devidas instituições.

O projecto ontem apresentado, que não era um projecto-lei, apenas uma recomendação foi chumbado pela maioria socialista, recolhendo os votos a favor do BE, PCP, Verdes e PSD e a abstenção do CDS-PP. Na mesma semana em que Sócrates apresenta a sua moção ao congresso do partido, incluíndo a vontade de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, chumba uma proposta importante para acabar com uma das mais inceitáveis discriminações a homossexuais em Portugal, mesmo tendo a direita votado, maioritariamente a favor!

Há um ano, os médicos pela escolha realizaram uma iniciativa pública e emitiram um comunicado contra esta discriminação grosseira. Ver aqui.

Ódio como prenda de Natal…

 O Papa assumiu hoje no seu discurso o ódio oficial que nutre pela diversidade Humana. A história já nos demonstrou os resultados que este ódio que o Papa sente aos homossexuais produziu: o holocausto, os massacres no Congo,…

Todo o ódio humano tem a mesma origem e as mesmas consequências e da história o Papa não pode fugir!

 O Papa esquece-se ainda de uma outra coisa: proteger a floresta tropical é preservar a diversidade ecológica do mundo! O massacre dos homossexuais é o contrário da diversidade, é a Eugenia!

Já agora, já existe uma ecologia humana. Transcrevo uma das suas possíveis definições em baixo, para que se possa perceber o quão distinta é daquilo que o Papa preconiza: A meta da Ecologia Humana é devolver aos seres humanos uma capacidade que trazem latente desde a concepção: poder viver com plena autonomia, com o máximo de seu potencial e auto-estima, em função de uma ética essencial e de uma inata necessidade de auto-proteção, auto-abastecimanto, auto-realização e harmonização

 

Leia-se a notícia:

 

Religião

Papa compara defesa da heterossexualidade à protecção das florestas tropicais 

22.12.2008 - 20h31 Agências

O Papa Bento XVI indicou hoje que salvar a humanidade de comportamentos homossexuais ou transexuais é tão importante como salvar as florestas tropicais da destruição. “[A Igreja] deverá proteger o homem de se destruir a ele mesmo. É preciso uma espécie de ecologia do Homem”, disse o Sumo Pontífice num discurso perante a Cúria Romana, a administração central do Vaticano.

“As florestas tropicais merecem a nossa protecção. Mas o homem, enquanto criatura, também a merece”.

Para a Igreja Católica, a homossexualidade em si não é pecado, mas os actos homossexuais são-no. O Vaticano opõe-se aos casamentos gay e, em Outubro, um alto responsável da Igreja indicou que a homossexualidade é “um desvio, uma irregularidade, uma ferida”.

O Papa disse ainda que a humanidade precisa de “escutar a linguagem da Criação” para entender os papéis do homem e da mulher e comparou as relações diferentes das heterossexuais como “a destruição do trabalho de Deus”.

lei do divórcio…

Este fim-de-semana, lia-se na capa do Expresso: “Nova lei faz disparar o número de divórcios”. Alarmante. Sensacionalista. Quem lê o título recorda imediatamente as vozes conservadoras na altura da discussão da lei: “o divórcio é o facilitismo”, “esta lei põe em causa a família…”… ( e por aí fora…). Mas como a bota não bate com a perdigota e a lei foi só aprovada há 2 meses (mais coisa, menos coisa…), proponho que leiam o conteúdo da notícia:

 

Ou seja, o que acontece é que o número de divórcios oficializados aumenta no próximo ano, porque há muitos processos em espera (no período de 3 anos…) que com a nova lei antecipam o final do processo judicial - isso não traduz necessariamente (para quem sabe fazer contas) o aumento no número de divórcios!

A notícia é boa, é pena o título ser tão espalhafatoso…

Jovem Somali, lapidada por adultério

 retirado do DN de 03.11

Os extremistas islâmicos, associados à Al-Qaeda, justificaram a “misericordiosa execução” alegando que Aisha Ibrahim Duhulow praticou adultério, um crime de honra punido com a morte. Mas a família de Aisha nega a acusação, afirmando que ela foi violada por três homens e que foi detida quando os denunciou em tribunal. Nenhum dos acusados foi detido, assim como também não consta que tenha havido o julgamento normal para o caso de adultério. Mas Aisha foi morta. E de forma extremamente violenta.

No estádio de Kismayo, onde se encontravam cerca de mil espectadores, revela o diário britânico The Guardian, foi aberto um buraco no chão onde colocaram Aisha que, manietada de pés e mãos, ainda tentava resistir aos seus verdugos. Um grupo de 50 homens atirou contra ela as pedras que, para o efeito, haviam sido trazidas para o estádio. Por três vezes, Aisha foi retirada do buraco e observada por enfermeiras que atestaram ela estar ainda viva. E o apedrejamento prosseguiu… até à morte.

“O apedrejamento foi totalmente ilógico e nada teve de religioso. O islão não executa mulheres por adultério a não ser que quatro testemunhas e o homem com quem ela cometeu adultério venham a público atestá- -lo”, disse uma irmã de Aisha, cuja família, revela o Mail online, se afirmou furiosa com o ocorrido e cujo pai garante que a vítima só tinha 13 anos. Era a 13.ª de uma família de seis irmãos e seis irmãs e nasceu no campo de refugiados de Hagardeer, no Sul do Quénia, em 1995, onde a família chegou três anos antes em fuga de Mogadíscio. Aisha, que sofria de epilepsia, estaria de regresso à capital somali e teve de parar na cidade Kismayo, que as milícias extremistas capturaram no passado mês de Agosto.

A lapidação de Aisha foi condenada pela presidência da União Europeia e pela Amnistia Internacional, enquanto as milícias Al-Shabab prosseguem a sua política de radicalização da sociedade de Kismayo.

Maioria apoia legalização da eutanásia

retirado do Expresso deste fim-de-semana:

 PORTUGUESES A FAVOR DA EUTANÁSIA

50,1 por cento dos Portugueses concordam com a legalização da morte assistida. A igreja acha que falta informação

A sondagem Expresso/SIC/RR revela que a maioria dos portugueses aceita a eutanásia, mas 47,5% querem ver esta questão dirimida por referendo. O presidente da Conferência Episcopal, D Jorge Ortiga, diz que este resultado revela que muitos portugueses desconhecem sobre o que estão a pronunciar-se e a Ordem dos Médicos nem quer falar no assunto. O PS reconhece que “vamos ter de falar do tema”.

LAMENTÁVEL…

Supremo confirma decisão de dispensa de cozinheiro com HIV

Quase um ano depois de ter sido conhecida a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa que considerou legítimo o despedimento de um cozinheiro infectado com HIV, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) veio agora confirmar a decisão. Os juízes explicam que, por lei, aquele tribunal tem competências muito limitadas para avaliação “de erro na apreciação das provas” e aceitam como “facto provado” o que constava da decisão da Relação e também da sentença do Tribunal do Trabalho de Lisboa: que o trabalhador poderia transmitir o vírus HIV “no caso de haver derrame de sangue, saliva, suor ou lágrimas sobre alimentos servidos em cru consumidos por quem tenha na boca uma ferida mucosa de qualquer espécie”. Já o Ministério Público do STJ considerou “o despedimento ilícito”.

 

Em causa está A., cozinheiro do quadro de um hotel de Lisboa do Grupo Sana Hotels durante sete anos. Em 2002 adoeceu com tuberculose e esteve um ano de baixa, quando regressou ao trabalho foi mandado ao médico do trabalho do hotel. Não revelou ter HIV e o médico do trabalho pediu ao seu médico assistente mais dados sobre a sua situação clínica.

A Relação constatou que o médico de A. respondeu ao médico do hotel que este tinha sofrido de tuberculose, da qual estava completamente curado, e que era HIV positivo. Acrescentava que o cozinheiro podia “retomar a sua actividade laboral em pleno” e que “não representa qualquer perigo para os colegas”. A empresa sempre afirmou que não tinha sido informada da sua doença mas o funcionário foi impedido de voltar ao seu trabalho na cozinha e esteve sem nada para fazer durante meses. Em Março de 2004, uma carta dizia que o médico do trabalho o tinha dado como “inapto definitivamente para a profissão de cozinheiro, pelo que não pode manipular alimentos”, lê-se no acórdão da Relação de Maio do ano passado. O hotel fez assim caducar o contrato por “impossibilidade superveniente, definitiva e absoluta de A. prestar o seu trabalho”.

O advogado do trabalhador defendeu no recurso para o STJ que “não existe conhecimento de qualquer caso de transmissão do vírus VIH através de colegas de trabalho de cozinha ou através de alimentos”. Mais acrescentou que o acórdão assentou “em bases cientificamente incorrectas, sem qualquer apoio nos conhecimentos médicos existentes”.

O Ministério Público do Supremo Tribunal entendeu que “o despedimento foi ilícito” e que a decisão da Relação devia ser revista pelo Supremo precisamente porque o hotel não conseguiu provar a sua indisponibilidade para recolocar A. noutro tipo de funções. O Ministério Público entende que não bastava ao hotel dizer que não tinha outro posto, mas sim prová-lo com “factos concretos”, como a apresentação “da dimensão do quadro de pessoal, o conjunto das categorias profissionais que o integram, o seu preenchimento integral e ainda o mapa do pessoal”.n

Catarina Gomes

Novidades de Espanha…

retirado

Pacientes submetidos a terapia com cannabis apresentam reacção positiva

Mais de metade dos pacientes submetidos a tratamento com cannabis, na Catalunha, no âmbito de um programa pioneiro lançado em 2005, apresentaram uma reacção positiva e grande parte mostrou melhorias no seu estado de saúde.

 

O uso da cannabis como medicamento surgiu da “necessidade de tratar sintomas resultantes de patologias muito graves em que foi fraco o resultado dos tratamentos convencionais”, informou à Lusa a “Conselleria” (departamento) de Saúde do executivo catalão.

O Programa do uso terapêutico de cannabis na Catalunha foi lançado em 2005 e deu origem a dois estudos que consistiram em acompanhar doentes aos quais foi ministrado um medicamento fabricado com extracto de cannabis.

Um dos estudos piloto analisou o tratamento de dores em várias patologias, entre as quais a esclerose múltipla.

O outro debruçou-se sobre o tratamento das náuseas e vómitos induzidos pela quimioterapia e foi concluído em finais do ano passado.

Os pacientes com esclerose múltipla manifestaram “evidentes melhorias nas dores”, segundo os resultados divulgados à Lusa pela chefe do Serviço de Planificação Farmacêutica de Barcelona, Neus Rams.

“A proporção de doentes com dor intensa ou intolerável passou de 66 por cento no início do estudo para 35 por cento na última visita”, adiantou aquela responsável.

Um terço dos pacientes com náuseas no ciclo de quimioterapia prévio ao início do estudo não as sentiram nos ciclos sucessivos de tratamento. Continuaram com náuseas 67,7 por cento mas a duração e a intensidade diminuiu no final do tratamento. Os vómitos deixaram de se verificar em 21,7 por cento dos doentes.

Os 73,9 por cento que continuaram a sofrer esse sintoma foi também com menos duração e intensidade, segundo resultou do estudo.

Os pacientes seleccionados para fazer parte deste estudo foram pessoas em estado grave com doenças crónicas de grande evolução, com má reacção aos tratamentos habituais e baixa qualidade de vida.

O medicamento usado é um extracto de cannabis autorizado com o nome de Sativex. Este fármaco é permitido no Canadá como coadjuvante no tratamento da dor em pacientes com esclerose múltipla.

Neus Rams sublinhou que “esta iniciativa surgiu de uma necessidade social de uso terapêutico de cannabis” e que é “um estudo independente” promovido pela Administração Pública.

Os promotores consideram que a iniciativa foi “enriquecedora” e acham que seria positivo iniciar outros estudos do género. Até lá, os resultados dos estudos realizados permitem continuar a usar os tratamentos alternativos nos doentes que não reagem bem aos tratamentos habituais. n

Lusa